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Universitários dominam o TikTok. Mas travam no Excel.

Eles crescem imersos na tecnologia. Criam vídeos, viralizam trends e sabem tudo sobre filtros, transições e algoritmos. Mas, na hora de abrir uma planilha, muitos travam. A geração considerada “nativa digital” domina o entretenimento, mas ainda patina em habilidades digitais mais básicas e isso diz muito sobre os desafios da educação hoje.
Por que isso é importante

No mercado de trabalho e na vida acadêmica, saber usar bem as ferramentas digitais é quase tão importante quanto entender o conteúdo. A dificuldade em navegar por softwares, organizar pastas ou interpretar dados pode dificultar a entrega de trabalhos, atrasar projetos e gerar frustrações desnecessárias.

Ser nativo digital não é o mesmo que estar preparado para o digital. E competências como escrever e-mails, criar planilhas ou utilizar um drive compartilhado precisam ser ensinadas, especialmente em um país onde o acesso à tecnologia nem sempre veio acompanhado de orientação.

O que está em jogo

Existe um mito de que os jovens de hoje “já nascem sabendo” mexer com tecnologia. Mas essa ideia mascara uma verdade incômoda: muitos estudantes universitários, apesar de super conectados, não têm familiaridade com ferramentas fundamentais como Excel, Google Docs, apresentações ou até com a organização de arquivos no próprio computador.

Esse descompasso não é falta de inteligência ou interesse. É resultado direto de um uso da tecnologia centrado no consumo e na criação de conteúdo, não na resolução de problemas, pensamento crítico ou produtividade.

Nas universidades brasileiras, essa realidade é comum. Muitos estudantes têm celular de última geração, sabem editar vídeos, criar posts e usar filtros com destreza, mas travam diante de um arquivo em PDF que precisa ser preenchido, de uma planilha com fórmulas simples ou de uma apresentação que exige mais do que um template pronto do Canva.

A matéria do EdSurge traz relatos de professores universitários nos Estados Unidos que se depararam com estudantes fluentes em TikTok, mas completamente perdidos em tarefas simples como criar gráficos ou formatar um texto. Um professor, inclusive, relatou que seus alunos não sabiam onde os arquivos eram salvos após um download.

E isso não é muito diferente do que vemos no Brasil. A fluência em redes sociais não se traduz automaticamente em letramento digital. E essa lacuna impacta diretamente o desempenho acadêmico, a produtividade e até a autoestima de quem está tentando se encontrar no ambiente universitário.

Como responder a esse desafio

Mais do que cobrar domínio técnico, é preciso incluir o letramento digital como parte da formação universitária. Algumas iniciativas práticas incluem:

  • Oficinas introdutórias no início do curso sobre ferramentas básicas;

  • Projetos que estimulem o uso crítico da tecnologia, e não só o consumo;

  • Professores atentos à curva de aprendizagem digital dos alunos;

  • Espaços de apoio e tutoria para competências digitais.

O que você precisa saber
  • Os estudantes dominam redes sociais, mas enfrentam dificuldades com ferramentas básicas de produtividade;

  • Ser nativo digital não significa ter letramento digital, são coisas diferentes;

  • Ignorar essa lacuna pode prejudicar o desempenho acadêmico e profissional;

  • É papel das instituições de ensino incluir o letramento digital como parte da formação;

  • Ensinar a usar a tecnologia com intencionalidade é preparar para o presente, não só para o futuro.

 
Veja mais em nosso blog:

A Educação STEAM preparando alunos para desafios complexos

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